ANÁLISE DO APAGÃO CIBERNÉTICO GLOBAL E A NECESSIDADE DE UMA POLÍTICA NACIONAL DE SOFTWARE LIVRE

OPINIÃO

Herivas Ferraz

7/24/20242 min read

O recente apagão cibernético que paralisou diversas instituições e serviços em vários países evidenciou a vulnerabilidade global das infraestruturas digitais e a dependência de tecnologias proprietárias controladas por grandes corporações internacionais. Curiosamente, a China foi pouco afetada por este apagão, devido à sua autonomia na questão de software e dados digitais. Este evento global não é um incidente isolado, mas uma manifestação das contradições inerentes ao capitalismo contemporâneo e de sua lógica de dominação.

O Apagão Cibernético Global e a Soberania Nacional:

O apagão cibernético expôs a fragilidade da segurança digital de várias nações e a falta de controle sobre as tecnologias essenciais que sustentam suas economias e administrações públicas. Dependendo de software proprietário, estamos à mercê dos interesses de empresas estrangeiras que priorizam o lucro sobre a segurança e a soberania dos povos. A lógica capitalista de maximização dos lucros leva à negligência da robustez e da segurança dos sistemas, resultando em falhas catastróficas como a que presenciamos.

A China, com sua política de desenvolvimento e uso de software e infraestrutura tecnológica próprios, mostrou-se resiliente diante deste ataque global. Sua estratégia de promover a autonomia tecnológica através do desenvolvimento de software livre e plataformas nacionais reforça a necessidade de seguirmos um caminho similar para garantir nossa soberania digital.

A Política de Software Livre como Garantia de Independência:

Para romper com essa dependência e garantir a soberania digital, é imperativo que adotemos uma política nacional de incentivo ao software livre. O software livre, sendo aberto e auditável por qualquer pessoa, promove a transparência, a segurança e a autonomia tecnológica. Ao adotar e desenvolver software livre, o Brasil pode:

  1. Aumentar a Segurança Nacional: Com acesso ao código-fonte, é possível identificar e corrigir vulnerabilidades mais rapidamente, sem depender de terceiros.

  2. Reduzir a Dependência Estrangeira: Desenvolver tecnologias próprias reduz a dependência de soluções estrangeiras, fortalecendo a soberania nacional.

  3. Promover a Inclusão e a Educação: O uso de software livre em instituições educacionais e públicas democratiza o acesso à tecnologia, promovendo o conhecimento e a inclusão digital.

A Luta pela Soberania Digital:

A adoção de software livre não é apenas uma questão técnica, mas uma questão política e econômica. A resistência das grandes corporações e de setores do governo alinhados com o neoliberalismo se baseia no controle e na exploração. A luta pela soberania digital é, portanto, uma extensão da luta de classes, onde os trabalhadores e o povo em geral devem reivindicar o controle sobre as ferramentas que moldam seu futuro.

Conclusão:

O apagão cibernético global é um alerta claro da necessidade urgente de uma política nacional de software livre. Precisamos mobilizar nossas forças para exigir do governo um compromisso real com a soberania digital, que só será alcançada através da independência tecnológica e do rompimento com as cadeias de dominação impostas pelo capitalismo global. A defesa do software livre é a defesa da autonomia e da liberdade dos povos, é uma luta pela emancipação digital e pela construção de uma sociedade mais justa e equitativa. Por uma soberania digital!

Por uma soberania digital!